quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sobre "Ela"

Ela (Her, EUA, 2013) é uma massagem no coração. Sabe daquelas massagens que dão uns solavancos, de vêz em quando, que chegam a doer? Pois é. Desses. 

A narrativa quase que em primeira pessoa. Os diálogos. O roteiro. Tudo faz com que você se depare com um espelho. E nesse espelho, tudo que não é você, passa a ser. Porque fala de evolução desde o primeiro verso. E inputa valor em valores que nem sequer pensamos a respeito no dia-a-dia. 

Tudo foi feito para nos apaixonássemos por Samantha: a voz, a graça, a naturalidade que sua voz saia de um auricular e a suavidade que ela impunha em casa uma de suas frases. 

No final, percebi que não era por ela que me apaixonei. E sim pela pessoa que ele, Theodore, se tornou, depois de estar com ela. 

Consigo escrever apenas que senti a tradução de palavras como descoberta, redenção, superação. E uma conjugação que eu não conhecia do verbo amar. 

sábado, 26 de abril de 2014

Não Gosto Dessa Dor


Nossa… faz exatamente um ano que estive por aqui. Escrevi. Pus meus pensamentos para fora em forma de texto. Consegui concatenar minhas emoções em algo que pôde (ainda se usa esse acento?) ser traduzido em parágrafos.

Hoje, vivo um turbilhão de emoções que, muitas vezes, não consigo por em ordem. Amor, odio, raiva, alegria, gratidão, desconforto e outras tantas emoções que permeiam minha vida de forma constante e intensa.

Não sei trabalhar dessa forma. Não sei como por ordem nessa bagunça que está minha cabeça, nem meu coração.

Em conversa com minha terapeuta, eu percebi que preciso definir alguma prioridades. Coincidentemente, em uma videoconferência com ela, a mostrei uma foto de quando eu tinha 10 anos de idade. Queria voltar àquela época, onde tudo era mais fácil, mais livre, mais feliz. E, em sua sorrateira, mas fulminante inteligência, me fez enxergar que aqueles tempos não voltam mais.

Lembrei imediatamente do termo, em inglês, growing pains, que significa justamente essas merdas que temos que passar para amadurecer e encarar a vida adulta. Não gosto dessa dor. Me apego a qualquer momento de alegria, de felicidade radiante, para que eu possa suportá-la. E aprendi que elas são necessárias. Não gosto dessa dor. Mas preciso passar por essa fase. Não gosto dessa dor.

Não gosto dessa dor.